sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Uma história, simplemente uma estória...

Ele era daqueles sertanejos que cavalgava dia e noite indo de cidade em cidade no sul da Bahia, com aquele bigodinho auspicioso que era moda naqueles tempos.
Apaixonou-se pela minha avó, a Laura, linda, linda mesmo, não é papo de neta apaixonada, mas ela não se apaixonou por ele, mas casou-se com ele, teve quatro filhos e devoção eterna, é apaixonada até hoje, não fosse a vocação extrema ao “galinhismo” que ele possuía estariam juntos até hoje.
Ele montou inúmeros “bregas”, nome dado a casas de baixo meretrício no nordeste, com certeza as “moças” passavam por seu controle de qualidade.
E então, se apaixonou por uma das moças, esta não fazia parte das que acompanhavam os motoristas de caminhão aos fundos da zona, esta, estava lá apenas para cozinhar e ele se foi, se foi da Laura, se foi da Carla. Dizem a más línguas que para conquistar a minha avó ele recorreu a macumba, feitiçaria, ou sei lá o que... Só pode ter sido, afinal, era desprovido de beleza alguma.
Assumiu uma família inteira, uma viúva, 3 filhos, com ela teve mais uma filha e sumiu.
Vendeu tudo que tinha, e tinha muito, nos deixou em uma casa sem portas, sem janelas, sem piso (o mato nascia dentro de casa), sem energia elétrica, sem banheiro, sem água encanada e pior, sem vizinhos, sem dinheiro, sem comida eu tinha 5 anos de idade, minha avó carpia roça de feijão em troca do feijão e roça de abóbora em troca da abóbora. E quando era época de mandioca, comíamos mandioca, no café, no almoço e no jantar. Foi uma época dura, cruel e custava a passar.
Mesmo assim, diante de tanta miséria, minha avó ainda chorava a sua ausência, chorava o marido que se foi, quantas vezes não se perguntou, aonde foi que ela errou? Ela não errou, ela excessivamente acertou, porém, ele não merecia tanto, quando a pessoa não merece ouro, não adianta cobri-la deste, pois esta não irá ser-lhe grata.
Minha avó o espera até hoje, adoeceu esperando e não tem vergonha de falar que espera, e não se cansa de esperar, e não vê a hora dele chegar.
Mas eu sei que ele não vai voltar.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Decepção não mata...

... Ensina a viver, já diz o ditado...
Ultimamente tenho me decepcionado com tantas pessoas, o engraçado disso tudo é que algumas pessoas ao me decepcionar, tenta jogar a culpa em mim, de alguma atitude que eu tomei ou que não tomei...
É tão engraçado como as pessoas mudam seu ponto de vista, e mais engraçado ainda é como algumas pessoas permitem que outras influenciem de tamanha forma no seu modo de pensar que elas simplesmente deixam de pensar.
Outro dia uma pessoa me chamou de infantil porque eu estava tento uma conversa com ela via e-mail, em seguida ela passou a me mandar recadinhos via Orkut, e apenas eu estava sendo infantil...
Outro dia, uma pessoa me falava tão mal de outra, hoje, esta outra praticamente mora dentro da casa dela.
Outro dia, fui a um jantar com uma pessoa, e ela me disse: Nossa, você não vai querer comer isso, vc faz muito melhor este prato. Imagine se eu vou fazer uma desfeita desta ao cozinheiro...
Outro dia, uma pessoa disse, se arruma e vamos nos encontrar no Centro, e desligou o celular.
Outro dia, um amigo que bebe de segunda a domingo me disse que estava preocupado comigo pois ficou sabendo que eu tomei um porre em dezembro, não entendi...
Outro dia, acordei e quem me deu bom dia, me fez ter um péssimo dia...
Outro dia virá, outros virão e ainda bem que não precisamos das pessoas pra nada, afinal, todo mundo é substituivel, basta substituir...