Ele era daqueles sertanejos que cavalgava dia e noite indo de cidade em cidade no sul da Bahia, com aquele bigodinho auspicioso que era moda naqueles tempos.
Apaixonou-se pela minha avó, a Laura, linda, linda mesmo, não é papo de neta apaixonada, mas ela não se apaixonou por ele, mas casou-se com ele, teve quatro filhos e devoção eterna, é apaixonada até hoje, não fosse a vocação extrema ao “galinhismo” que ele possuía estariam juntos até hoje.
Ele montou inúmeros “bregas”, nome dado a casas de baixo meretrício no nordeste, com certeza as “moças” passavam por seu controle de qualidade.
E então, se apaixonou por uma das moças, esta não fazia parte das que acompanhavam os motoristas de caminhão aos fundos da zona, esta, estava lá apenas para cozinhar e ele se foi, se foi da Laura, se foi da Carla. Dizem a más línguas que para conquistar a minha avó ele recorreu a macumba, feitiçaria, ou sei lá o que... Só pode ter sido, afinal, era desprovido de beleza alguma.
Assumiu uma família inteira, uma viúva, 3 filhos, com ela teve mais uma filha e sumiu.
Vendeu tudo que tinha, e tinha muito, nos deixou em uma casa sem portas, sem janelas, sem piso (o mato nascia dentro de casa), sem energia elétrica, sem banheiro, sem água encanada e pior, sem vizinhos, sem dinheiro, sem comida eu tinha 5 anos de idade, minha avó carpia roça de feijão em troca do feijão e roça de abóbora em troca da abóbora. E quando era época de mandioca, comíamos mandioca, no café, no almoço e no jantar. Foi uma época dura, cruel e custava a passar.
Mesmo assim, diante de tanta miséria, minha avó ainda chorava a sua ausência, chorava o marido que se foi, quantas vezes não se perguntou, aonde foi que ela errou? Ela não errou, ela excessivamente acertou, porém, ele não merecia tanto, quando a pessoa não merece ouro, não adianta cobri-la deste, pois esta não irá ser-lhe grata.
Minha avó o espera até hoje, adoeceu esperando e não tem vergonha de falar que espera, e não se cansa de esperar, e não vê a hora dele chegar.
Apaixonou-se pela minha avó, a Laura, linda, linda mesmo, não é papo de neta apaixonada, mas ela não se apaixonou por ele, mas casou-se com ele, teve quatro filhos e devoção eterna, é apaixonada até hoje, não fosse a vocação extrema ao “galinhismo” que ele possuía estariam juntos até hoje.
Ele montou inúmeros “bregas”, nome dado a casas de baixo meretrício no nordeste, com certeza as “moças” passavam por seu controle de qualidade.
E então, se apaixonou por uma das moças, esta não fazia parte das que acompanhavam os motoristas de caminhão aos fundos da zona, esta, estava lá apenas para cozinhar e ele se foi, se foi da Laura, se foi da Carla. Dizem a más línguas que para conquistar a minha avó ele recorreu a macumba, feitiçaria, ou sei lá o que... Só pode ter sido, afinal, era desprovido de beleza alguma.
Assumiu uma família inteira, uma viúva, 3 filhos, com ela teve mais uma filha e sumiu.
Vendeu tudo que tinha, e tinha muito, nos deixou em uma casa sem portas, sem janelas, sem piso (o mato nascia dentro de casa), sem energia elétrica, sem banheiro, sem água encanada e pior, sem vizinhos, sem dinheiro, sem comida eu tinha 5 anos de idade, minha avó carpia roça de feijão em troca do feijão e roça de abóbora em troca da abóbora. E quando era época de mandioca, comíamos mandioca, no café, no almoço e no jantar. Foi uma época dura, cruel e custava a passar.
Mesmo assim, diante de tanta miséria, minha avó ainda chorava a sua ausência, chorava o marido que se foi, quantas vezes não se perguntou, aonde foi que ela errou? Ela não errou, ela excessivamente acertou, porém, ele não merecia tanto, quando a pessoa não merece ouro, não adianta cobri-la deste, pois esta não irá ser-lhe grata.
Minha avó o espera até hoje, adoeceu esperando e não tem vergonha de falar que espera, e não se cansa de esperar, e não vê a hora dele chegar.
Mas eu sei que ele não vai voltar.